A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indiciou por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — o médico que deu alta a Pietra Isaac, menina de 7 anos, vítima de dengue após dizer que ela “estava com dengo“. A criança morreu no dia seguinte, após seu quadro de saúde evoluir para dengue hemorrágica. As informações foram divulgadas pelo Metrópoles nessa sexta-feira (15).
Em 15 de novembro, Pietra foi levada à unidade de saúde passando mal. O primeiro diagnóstico apontava para bronquite e virose, sendo receitado medicamentos para tais doenças. Porém, no dia seguinte, após apresentar piora no quadro, ela voltou ao hospital.
A primeira médica que atendeu a criança a diagnosticou com dengue e recomendou internação. Porém, não havia vaga na unidade de terapia intensiva (UTI) pediátrica e a especialista disse que ela deveria ser transferida para outro hospital.
Segundo a Polícia Civil, os planos mudaram após a troca de plantão e o novo médico dizer que à mãe que a menina não estava com dengue. “O que sua filha tem é dengo”, disse.
Depois disso, ele dispensou a Pietra e recomendou remédio e repouso em casa. A mãe insistiu dizendo que a criança estava com dor, mas o médico decidiu pela alta.
Em casa, a menina passou a vomitar sangue e apresentar febre. Foi então que a mãe levou a criança para outro hospital. Lá, ela foi internada na UTI. Em 17 de novembro, Pietra morreu.
Os laudos produzidos pela perícia indicaram que a causa da morte foi “complicação de dengue grave”. O médico disse à polícia que usou a expressão apenas como uma forma de “quebrar o gelo”.