Em meio à alta dos preços dos alimentos e à queda de popularidade do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja encontros com setores do agronegócio para se aproximar do grupo. O petista já esteve com produtores de carne e fruticultores e planeja se reunir com representantes das áreas de café, algodão, floresta plantada e bioinsumos. A ideia é que os encontros sejam semanais ou quinzenais.
Nas reuniões, que têm caráter informal, o presidente oferece um churrasco aos convidados. Os encontros são realizados na Residência Oficial da Granja do Torto, ao fim da tarde.
O preço dos alimentos tem afetado a popularidade do presidente. As últimas pesquisas de opinião mostraram que a desaprovação ao trabalho de Lula tem crescido.
Na avaliação do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a relação do governo com o agronegócio já melhorou desde o início do mandato, embora ele avalie que o cenário não é de “paixão terrível”.
Fávaro participa dos encontros ao lado de Lula. No fim de abril do ano passado, o ministro foi desconvidado para a Agrishow, maior feira agrícola do país, em Ribeirão Preto (SP). Na ocasião, Lula chegou a afirmar que o gesto foi feito por “fascistas e negacionistas”.
No mês passado, itens como cenoura (43,85%), batata-inglesa (29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%) influenciaram a manutenção da inflação em patamares elevados. Os resultados levaram o Executivo a traçar planos de ação e, no início deste mês, o presidente fez duas reuniões para discutir o preço dos alimentos.
Fávaro afirmou, na semana passada, que a área econômica do governo federal prevê deflação no preço dos alimentos no primeiro semestre de 2024. Ao citar o arroz, o ministro destacou que o custo aos produtores já foi reduzido. No entanto, Fávaro disse não ter “bola de cristal” para saber quando os valores menores serão repassados ao consumidor final.
No entanto, na semana anterior, depois de reunião com Lula para discutir a pauta, o ministro tinha previsto que o valor do arroz começaria a ser reduzido nos supermercados a partir de abril.
Popularidade
A rejeição ao governo do presidente chegou ao maior patamar da série histórica e alcançou 46%, segundo mostra a pesquisa da Quaest/Genial divulgada no início deste mês. A desaprovação da gestão do petista é de 62% entre os evangélicos.
O último levantamento feito pelas consultorias, em dezembro do ano passado, mostrou que 43% da população reprovava o trabalho de Lula. A aprovação ao presidente é de 51% na pesquisa divulgada neste mês, menor percentual desde o início da gestão. O levantamento foi feito entre 25 e 27 de fevereiro.
R 7