A investigação da Polícia Federal (PF) constatou que integrantes da facção Comando Vermelho prestaram auxílio a Rogério da Silva Mendonça, 33, e Deibson Cabral Nascimento, 35, depois que eles escaparam do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
“Constatamos que, além do relaxamento da vigilância interna e da obsolescência do material, os fugitivos tiveram, sim, auxílio externo. Consta também que integrantes do Comando Vermelho de outros estados os auxiliaram na fuga”, declarou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, durante audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (16).
Os criminosos permaneceram foragidos por 51 dias até serem recapturados por uma força-tarefa que reuniu agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) e da Força Nacional. A dupla escapou de Mossoró na madrugada de 14 de fevereiro; os dois foram encontrados a 1.600 quilômetros do presídio, em Marabá, no Pará. Eles se preparavam para escapar do país.
Lewandowski garantiu, nesta terça-feira, que outras fugas não acontecerão. “Foi absolutamente excepcional, uma fuga inusitada. Foi a única e será a última”, afirmou. “Várias causas e concausas concorreram para esse desfecho que ninguém desejava. Uma prisão antiquíssima onde os padrões de segurança não eram tão rígidos quanto os que se exige hoje. Houve fadiga material, relaxamento na vigilância e quebra nos protocolos de segurança”, avaliou. O ministro completou argumentando que o retorno dos presos a Mossoró demonstra confiança na nova administração do presídio federal.
Muralhas. À ocasião da fuga dos dois criminosos de Mossoró, o ministro da Justiça indicou que o Governo Federal construiria muralhas ao redor de todos os presídios geridos pela União para impedir que o episódio se repita. Nesta terça-feira, Lewandowski adiantou que as obras para construção da muralha na penitenciária de Porto Vermelho já começaram. “As outras estão em processo de licitação, inclusive em Mossoró”, indicou.
