Um vigilante, de 34 anos, foi torturado e morto por cerca de quatro homens após ser confundido com um policial em Eunápolis, no interior da Bahia. Adriano Silva Santos estava em uma festa com a namorada, quando foi levado pelos criminosos.
O corpo do vigilante foi encontrado no Bairro Minas Gerais, que fica próximo ao Alecrim, onde era realizada a “festa de Paredão”, que reunia carros de som. Walisson Cunha, de 31 anos, que é primo da vítima, relata que o corpo havia sinais de tiros e tortura.
Walisson explica que acordou com a informação de que um rapaz havia sido encontrado morto em uma rua perto da casa onde mora, no bairro Minas Gerais. “Depois que a informação foi chegando a gente descobriu que era ele [o Adriano]”, conta à reportagem da Itatiaia.
“O pessoal disse que os malandros lá o abordaram achando que ele era policial e seguraram a namorada dele. Depois, levaram ele”, acrescenta. Segundo Walisson, a namorada contou a mesma história. “Ele era forte, tinha todo aquele perfil, parecia realmente um policial. Abordaram ele, perguntaram o que ele estava fazendo ali e o levaram”, explica. O primo conta, ainda, que Adriano só estava no local “para ver o movimento” e que ele “nem consumiu bebida alcoólica”.
De acordo com Walisson, Adriano tinha porte de arma e o hábito de andar armado, mas que não era um “rapaz de confusão”. “A polícia confirmou o porte, o registro e estava tudo certo. É uma situação difícil”, diz. Além disso, o primo da vítima conta que ele trabalhou no Presídio de Eunápolis há um tempo.
“Era um cara tranquilo, muito amigo, que não tinha histórico de confusão. Ele era muito querido por todos. Não tinha histórico de ser agressivo”, continua.
Sinais de tortura
A suspeita é de que o corpo da vítima tenha sido arrastado até o local onde foi encontrado. “Eu fui até o local, ele foi bastante torturado. Estava com uma corda amarrada na mão, muito cortado, assim arranhado, né? Bateram muito nele, estava com tiro na costela, na perna, se não me engano, e estava nu, sem roupa”, conta o primo de Adriano.
Walisson diz que a família está “arrasada” com o ocorrido. “Ele era um rapaz trabalhador, estudava, trabalhava na maior empresa da região. Era um cara bem estruturado financeiramente, tinha a casa dele, carro, moto. Foi um baque pra família, não esperávamos uma situação dessa, ainda mais que somos bem unidos”, desabafa.
O vigilante deixa uma filha de 5 anos, que morava no andar de cima da casa dos avós juntamente com ele. Há cerca de um ano, a mãe da criança faleceu e , desde então, ele cuidava dela sozinho. “A criança agora ficou órfã de pai e mãe”, lamenta o primo da vítima.
O que diz a polícia?
Procurada pela reportagem da Itatiaia, a Delegacia Territorial de Eunápolis disse estar investigando o caso e que Adriano Silva dos Santos foi morto com “disparos de arma de fogo” durante esta madrugada no bairro Minas Gerais.
“O corpo do homem, que é CAC, foi localizado em um matagal na rua Itabira, com marcas de tiros. De acordo com testemunhas, os suspeitos tentaram levar a arma de Adriano e como ele se recusou a entregar, foi morto”, afirmou.
Conforme a polícia, “oitivas e diligências serão realizadas para esclarecer o crime”.
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