A Venezuela completou um mês da eleição presidencial e ainda segue sem divulgar as atas eleitorais dos resultados. O governo brasileiro recebeu com irritação a escalada de cobranças da Venezuela e, na quarta-feira (28), Nicolás Maduro decidiu mandar um recado a Lula e outros líderes mundiais.
“Com a moral constitucional, institucional, bolivariana que temos, nós exigimos do mundo: não metam seus narizes nos assuntos internos da Venezuela! Respeitem nossa soberania e nossa vida interna da Venezuela”, afirmou Maduro.
Sem citar diretamente Lula, Maduro afirmou que em 2022 quem não aceitou a eleição foi Bolsonaro. Na Venezuela, apesar de pedidos estrangeiros e da oposição, o Tribunal Supremo de Justiça não apenas deixou de publicar as atas eleitorais, como também determinou que os documentos não sejam mostrados.
Além da Venezuela, a subida de tom da Nicarágua incomodou o Planalto, mas a avaliação é que Ortega atacou o Brasil ‘para tentar se cacifar’. A relação entre os dois países é definida para o Itamaraty como péssima.
Primeiro, Ortega expulsou o embaixador brasileiro e, em represália, o Brasil fez o mesmo com a embaixadora daqui. Nesta semana, Ortega saiu em defesa de Maduro. “A forma com que Lula se comportou diante da vitória do presidente legítimo da Venezuela é vergonhosa, repetindo os lemas dos ianques, dos europeus, dos governos influenciados da América Latina”, afirmou.
Celso Amorim, assessor para assuntos internacionais do Planalto, defendeu a realização de novas eleições na Venezuela para tentar acabar com o impasse. A sugestão foi rechaçada por Maduro e pela oposição.
BAND / UOL