Tatiana Santos/radiopontal.com.br
Entregar a saúde bucal nas mãos de um dentista é uma questão que envolve, acima de tudo, muita confiança. Ele é o profissional que ajuda a prevenir e tratar doenças bucais, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. E nesta em que se comemora o Dia Mundial do Dentista, 3 de outubro, uma das profissionais mais respeitadas na área em Itabira e região, a dra Júnia Marise Procópio Alves, aborda inúmeras e importantes questões no que diz respeito à odontologia. Ela também é professora universitária na área e Mestre e Especialista em prótese e em disfunção temporomandibular.
De acordo com a profissional, a odontologia teve um grande crescimento nos últimos anos e a tecnologia favoreceu nos tratamentos. Além disso, houve um aumento na procura pelo curso nas universidades. Ela atribui essa ascensão ao fato de que antigamente as pessoas não tinham tanto acesso aos tratamentos, que atualmente, atendem a todas as idades e classes sociais. “Hoje, as pessoas têm acesso ao tratamento odontológico não só preventivo, também o tratamento curativo, e ainda, o tratamento estético, que cresceu muito nessa área”, argumenta.
Conforme dra Júnia, o incentivo é para que as pessoas envelheçam com os dentes naturais e cuidados. Para isso acontecer, é necessário que a informação chegue às pessoas, diferente do que ocorria antigamente. “A pessoa só procurava o dentista em caso de dor. Hoje não. A criança desde o bebezinho, desde o ventre da mãe, já é orientada em como vai ser essa nutrição para favorecer a formação dos dentes, como vai ser essa nutrição durante a dieta da criança, no crescimento”, detalha.
Recomendações importantes
A recomendação da odontóloga é que a gestante já tenha um contato com o profissional da área para receber as instruções sobre a própria dieta. Ao nascer, é importante que haja uma avaliação com o pediatra para evitar que pequenos problemas se tornem uma dificuldade futura, como o freio lingual na questão da fala.
Já em relação aos adultos, o controle é individual e especializado, e a orientação é de uma boa higiene oral. Se o paciente não tem nenhuma comorbidade ou aspecto que exija a ida ao dentista, o consenso é de procurar o profissional da odontologia a cada seis meses. “Mas um paciente, por exemplo, cardiopata, que tem uma doença cardíaca, que tem uma diabetes, esse controle pode variar de até de 90 em 90 dias. Então, o controle do tratamento odontológico é específico e individualizado”, ressalta.
Nova geração de dentistas
A dentista destaca que a sociedade, em especial a geração mais jovem, está habituada a usar as ferramentas da tecnologia para tudo, o que favorece o dia a dia das pessoas. Mas, por outro lado, pode deixar os profissionais que estão chegando, mais preguiçosos, como alerta a também professora universitária. Para lidar com isso, dra Júnia se vê na obrigação de instruir os alunos no uso da tecnologia, mas focando na humanização e na qualificação dos atendimentos. “Então a gente está tentando dentro da faculdade para mostrar para os meninos a realidade, assim, vocês vão ser dentistas de celular?”, questiona, lembrando da necessidade de qualificação.
Ela emenda em seu ponto de vista: “Aquilo que você aprende direito, você leva para o resto da sua vida. Se você aprender mais ou menos, você vai ser mais ou menos. Nunca vai ficar bem feito. E mesmo a gente tentando acertar o tempo inteiro, a gente erra”, pondera.
Focar no fator humano, para a dentista, é a prioridade máxima, pois em sua profissão ela lida diretamente com vidas, e o cuidado com seus pacientes está na parte mais alta de sua lista: “Eu sempre falo assim com os meus alunos, que a gente está atendendo sempre o amor de alguém. É o pai de alguém, é a mãe de alguém, é o irmão de alguém, é o filho de alguém. Então, sempre se colocar no lugar do paciente. Como que você gostaria de ser tratado? Como que você gostaria de ser atendido? Porque quando você se coloca no lugar do outro, você tem uma chance muito maior de acerto do que de erro”, encerra.