Tatiana Santos/radiopontal.com.br
O período chuvoso, apesar de iniciar inconstante e tímido em Itabira, é uma grande preocupação das autoridades da área da saúde. Isso se deve ao fato de que o tempo quente e úmido pode tornar o ambiente propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue. Neste momento, a questão de ordem é manter os cuidados no dia a dia, como alerta Natália Andrade, gerente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, em Itabira. A servidora pública destaca que mesmo no período de seca, o município não fechou nenhuma semana com zero notificação de caso confirmado da doença, o que significa que o vírus continua circulando.
A contagem dos casos é feita por semana epidemiológica, então do início de 2024 até agora, neste mês de outubro, Itabira já teve quase 39 mil casos suspeitos, sendo que 76% desses se confirmaram. “Eu sei que a população, tristemente lembra. Nós tivemos 26 casos notificados de óbito, e desses, 16 foram confirmados. Então, foi um caos realmente, tanto em Itabira quanto no estado de Minas Gerais, a nível Brasil. Aquela epidemia nos assustou tanto no início do ano”, lamenta.
Índice de infestação baixo, mas os cuidados não podem parar
Para a gerente, a hora é de voltar ao foco, devido ao calor em paralelo com as chuvas, que acelera o ciclo do mosquito, fazendo com que a doença circule e se agrave muito mais. De tempos em tempos, o Ministério da Saúde determina às Secretarias de Saúde do país a fazerem o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Liraa), para mensurar a quantidade de mosquito que está sobrevoando. No levantamento mais recente, divulgado em agosto, o município observou que foi “uma grata surpresa”, pois o Liraa apontou um índice muito baixo de risco epidemiológico. O resultado ficou em 0,3, o que significa que a cada 100 imóveis visitados, apenas 0,3 apresentaram focos do mosquito.
A gerente lembra alguns números consideráveis do Liraa na epidemia de dengue, que chegou a apontar 12,8, o que se configura em surto e epidemia. “E nós voltamos para uma situação tranquila de 0,3. Só que a gente tem que pensar, estávamos na época de seca. Então, agora é dar continuidade àquele trabalho. 80% dos focos com certeza estão dentro do domicílio e no peridomicílio. Então, cada um fazendo sua parte. E com as determinações que o governo está fazendo, nós vamos vencer essa guerra”, planeja.
População e Ministério da Saúde contra o mosquito
Natália atribui o resultado ao apoio da população itabirana, que abraçou a causa e fez a sua parte. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde junto da Gerência Regional de Saúde e parceiros realizaram mutirões para a retirada do lixo das casas, inservíveis dos quintais e lotes vagos.
Segundo a servidora, o Ministério da Saúde está proporcionando ao município uma ferramenta importante no combate ao Aedes aegypt, que são armadilhas para capturar a larva do mosquito. Itabira já contratou uma empresa para fazer essa captura, e já nessa segunda-feira (14), foi feita a instalação das armadilhas. Elas são monitoradas, demarcadas para colocar de acordo com um raio de distância. Alguns imóveis e comércios serão visitados para fornecimento de informações de conscientização à população, além disso, um vídeo explicativo promete sanar as dúvidas da comunidade.