A ampla maioria da população brasileira (84%) é favorável a alguma restrição ao uso de aparelhos celulares dentro das escolas. Desses, 54% defendem a proibição total, enquanto 32% são favoráveis ao uso restrito, apenas para atividades pedagógicas e com autorização do professor. É o que mostra levantamento realizado pela Nexus, que consultou 2.010 pessoas com mais de 16 anos. A pesquisa mostrou ainda que a proibição total é mais aceita entre pessoas de maior renda, especialmente aquelas com rendimentos superiores a cinco salários mínimos.
Os brasileiros entre 16 e 24 anos são os que mais apoiam, em algum nível, a proibição. Cerca de 46% dos entrevistados nessa faixa de idade concordam com a proibição total, enquanto 43% defendem algum tipo de utilização parcial do uso em ambiente escolar. Apenas 14% dos brasileiros são contrários às medidas debatidas atualmente no Congresso. O estudo mostra ainda que quanto maior a renda, mais as pessoas são favoráveis à proibição. Apenas 5% da população com renda superior a cinco salários mínimos disseram ser contrários à proposta. No recorte da população que ganha até um salário mínimo, a medida conta com o apoio de 17% da população.
Debate em Brasília
O projeto que limita o uso de celulares nas escolas está em tramitação na Câmara dos Deputados. O Ministério da Educação chegou a anunciar a preparação de uma proposta sobre o tema, mas ela não chegou a ser apresentada. O texto, já aprovado pela Comissão de Educação da Câmara, propõe proibir o uso de celulares para crianças até 10 anos e permitir o uso para crianças de 11 anos apenas em atividades pedagógicas.
Segundo o CEO da Nexus, Marcelo Tokarski, a tendência da população brasileira é a aprovação do projeto de lei. “À medida que avança o debate sobre a imposição de algum tipo de restrição, fica clara a tendência das pessoas de aprovarem a medida. Isso é um sinal claro de que há forte preocupação dos pais, dos próprios alunos e também da população em geral com o tema, caso contrário não teríamos 86% de aprovação à alguma medida. Há uma clara percepção de que algo deve ser feito para evitar o uso excessivo de celulares nas escolas, a fim de preservar o processo de aprendizagem”, destaca.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
Correio Braziliense