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MG: Governo investiga possível caso de “vaca louca” no estado
MG: Governo investiga possível caso de “vaca louca” no estado
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• MG: Governo investiga possível caso de “vaca louca” no estado

Um idoso de 78 anos foi internado em Caratinga, na Região do Rio Doce, em Minas Gerais, com alterações neurológicas e suspeita de encefalite espongiforme bovina, popularmente conhecida como “doença da vaca louca”. No entanto, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclareceu que não há confirmação de casos da doença no estado.

Conforme a SES-MG, trata-se de provável doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) na forma esporádica, um tipo de encefalopatia espongiforme transmissível (EET) que acomete os humanos e não está relacionada à “doença da vaca louca”. Essa enfermidade é neurodegenerativa, caracterizada por provocar uma desordem cerebral com perda de memória e tremores. Sua evolução é rápida e, na maioria dos casos, leva à morte do paciente em um ano.

A maioria dos casos de DCJ ocorre na forma esporádica (85%) e, geralmente, afeta pessoas entre 55 e 70 anos (média de 65 anos), sendo mais prevalente em mulheres.

“A identificação da proteína 14-3-3 no líquor possui um alto grau de especificidade e sensibilidade para o diagnóstico das formas de DCJ”, detalha a Secretaria de Saúde sobre o caso do idoso. A amostra é um marcador de lesão neuronal utilizado no diagnóstico de doenças como a DCJ e demências. “No entanto, a confirmação definitiva só é possível por meio de exame neuropatológico de fragmentos do cérebro, em caso de óbito”, esclarece a SES.

A secretaria garantiu que permanece acompanhando o caso, por meio do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs Minas) e da Superintendência Regional de Saúde de Coronel Fabriciano. A reportagem procurou a Prefeitura e a Secretaria de Saúde municipal mas não obteve retorno até a publicação da matéria.

Variante

Ainda de acordo com o órgão estadual, a variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ) é que está associada à encefalite espongiforme bovina. A vaca louca é uma doença cerebral extremamente rara que acomete bovinos e pode ser transmitida aos humanos por meio do consumo de carne e subprodutos de bovinos contaminados.

Os primeiros casos da doença na forma vDCJ surgiram na indústria pecuária do Reino Unido em 1996, devido à alimentação de bezerros jovens com farinha de carne e ossos bovinos infectados por príons (agentes infecciosos menores que os vírus, formados apenas por proteínas altamente estáveis e resistentes a diversos processos físico-químicos). “Diferentemente da forma tradicional (DCJ esporádica), acomete predominantemente pessoas jovens, abaixo dos 30 anos, o que não é o caso do paciente em questão”, afirma a SES-MG.

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), a definição de um suspeito de vaca louca se baseia nas análises de exames, sinais, sintomas e na história epidemiológica do paciente. Dessa forma, o diagnóstico pode ser classificado como possível, provável ou definitivo, mas a confirmação final só pode ser feita por meio de necropsia com análise neuropatológica de fragmentos do cérebro.

Saiba os sintomas de cada doença

Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)

Desordem cerebral com perda de memória

  • Tremores (ocorre em um terço dos casos)
  • Falta de coordenação motora
  • Distúrbios de linguagem
  • Perda da capacidade de comunicação
  • Perda da visão

Variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ)

Enfraquecimento ou perda de algum dos sentidos

  • Sensação de dormência ou formigamento em alguma parte do corpo
  • Depressão
  • Ansiedade
  • Psicose
  • Alucinações auditivas ou visuais
  • Abstinência
  • Agitação
  • Irritabilidade
  • Insônia
  • Perda de interesse
  • Esquecimento

Prevenção

Segundo o Ministério da Saúde, as medidas de prevenção estão focadas na prevenção da introdução da variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vDCJ) no país. “Desde 1998, o governo brasileiro proibiu a importação de derivados de sangue humano doado por pessoas residentes no Reino Unido, além da importação e da comercialização de carne bovina e produtos de uso em saúde cuja matéria-prima seja originada de países que apresentaram casos autóctones de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB)”, informa a entidade.

No caso da Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), até o momento, não há evidências de que a doença seja contagiosa por contato casual com alguém infectado.

Existe tratamento?

O Ministério ainda afirma que, apesar de várias propostas terapêuticas terem sido estudadas, nenhuma até o momento mostrou-se efetiva para alterar a evolução fatal da doença. “Aproximadamente 90% dos indivíduos acometidos pela Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) evoluem para óbito em um ano.”

Por isso, o tratamento recomendado é basicamente de suporte e controle das complicações, ou seja, abordar as necessidades nutricionais e psicológicas tanto do paciente quanto da família. Também é necessário realizar um planejamento coordenado para a transferência de cuidados da unidade de saúde para o acompanhamento domiciliar.

Estado de Minas

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