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• Em ligação, Lula e presidente do México reforçam diálogo com Trump para ‘manter a paz’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu com a presidente do México, Claudia Sheinbaum, nesta quinta-feira (23) a relação com o novo líder dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano tomou posse na segunda (20), e logo nas primeiras horas de governo, assinou medidas que dificultam a permanência de imigrantes em solo norte-americano, especialmente os mexicanos (leia mais abaixo).

Por telefone, Lula e Sheibaum reforçaram a importância de dialogar com Trump para “manter a paz”, como informou o Palácio do Planalto, em nota.

A ligação para a presidente mexicana, que tomou posse em outubro do ano passado, foi iniciativa do petista. Os dois líderes também discutiram as relações entre Brasil e México e temas ligados à América Latina.

“Ambos reafirmaram o propósito de cultivar relações produtivas com todos os países das Américas, incluindo a nova administração dos Estados Unidos, a fim de manter a paz, fortalecer a democracia e promover o desenvolvimento da região”, destacou o texto do governo brasileiro.

Lula convidou Sheinbaum para visitar o Brasil, para “dar impulso adicional ao excelente momento do relacionamento bilateral”. Eles concordaram em manter contato frequente para aumentar os laços entre Brasil e México e reforçaram a importância de fortalecer os grupos regionais, como a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

Reposta do México

Em reação às medidas de Trump (leia mais abaixo), Claudia Sheinbaum afirmou nesta quinta-feira (23) que a comunidade latina nos Estados Unidos é 60% formada por mexicanos. Segundo a presidente, a população mexicana nos EUA responde por US$ 2,06 bilhões no PIB norte-americano — toda a comunidade latina nos EUA gera US$ 3,6 bilhões.

“Esses dados sobre os mexicanos e os latinos são surpreendentes e é importante que essas informações sejam conhecidas nos Estados Unidos, porque a comunidade mexicana contribui muito”, destacou Sheinbaum.

Trump e a América Latina

O novo presidente dos EUA declarou, horas após tomar posse, que a América do Sul “precisa” dos Estados Unidos. “A relação é excelente. Eles precisam de nós, muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles, eles precisam de nós. Todos precisam de nós”, afirmou.

Nessa quarta-feira (22), Trump assinou uma ordem executiva que suspende a entrada de imigrantes ilegais pela fronteira sul, limite dos Estados Unidos com o México — uma promessa de campanha do republicano. Em nota divulgada pela Casa Branca, Trump justifica o ato como forma de “proteger” os EUA e a população norte-americana de “invasões”.

O presidente também restringiu o acesso a termos legais de imigração que permitiriam a permanência de imigrantes ilegais nos EUA, como a concessão de asilo.

O documento de quarta-feira autoriza quaisquer ações necessárias para imediatamente “repelir, repatriar e remover” imigrantes ilegais da fronteira sul. As medidas relacionadas aos imigrantes têm sido priorizadas por Trump logo no início do governo, como prometido por ele.

Nas primeiras horas da nova gestão, o republicano também pôs fim à cidadania por nascimento, política em vigor atualmente que garante que bebês nascidos no país sejam cidadãos norte-americanos automaticamente. Na prática, o texto — que não é retroativo — encerraria a concessão do documento a filhos de imigrantes que nascem em solo norte-americano. No entanto, a norma foi bloqueada nesta quinta-feira pela Justiça dos EUA.

R7

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