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• Homem morreu envenenado por não querer se casar na Grande BH

“Eu quero me casar”. Esse era o pensamento fixo de Bianca Caldeira, de 22 anos, que foi acusada de matar o namorado, Junio Pereira Barbosa, de 27 anos, após ele desmarcar a data do casamento no cartório em dezembro do ano passado. O inquérito da Polícia Civil concluiu que a namorada teria colocado veneno de rato em uma pizza.

O crime ocorreu no último dia 28 de dezembro em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O corpo foi encontrado enrolado em cobertor e lona, preso com fita crepe, num barracão em construção próximo da casa da autora, que fica no mesmo terreno.

Bianca e Junio tinham um relacionamento que já durava seis anos, segundo o delegado Marcos Ribeiro, da Delegacia Especializada em Homicídio de Ribeirão das Neves. “Ela, no entanto, não se contentava só com o namoro e queria, de qualquer forma, se casar”.

Segundo a polícia, tratava-se de uma relação doentia, pois Bianca tinha um amante, mas não se sabe se ele teria ajudado a acusada no crime.

As investigações mostraram que o relacionamento de Bianca e Junio era conturbado e que ela exercia uma forte pressão psicológica no namorado. Dessa maneira, Bianca conseguiu fazer com que ele marcasse o casamento no cartório para o dia 18 de dezembro do ano passado. “Ela o pressionou e ele acabou aceitando. Foi ao cartório e marcou a data. Mas nem sua família e nem a dela tinham sido avisados, o que aconteceu somente duas semanas antes da data”, conta o delegado Marcos.

Ela comprou as alianças e pagou as taxas de cartório. “A vítima se via pressionada a se casar e, dias antes da cerimônia, o casal teve um desentendimento”, conta o delegado.

A briga cinco dias antes do casório teria levado Junio a desistir do enlace. No dia 18 de dezembro, data marcada para a cerimônia, a vítima não compareceu, o que levou a suspeita a iniciar os planos para assassiná-lo.

Bianca perguntou ao amante onde poderia comprar veneno de rato, pois precisava matar os bichos que estariam aparecendo em sua casa. O amante a orientou. A substância, conhecida como chumbinho, foi usado de outra forma por ela. Depois de comprar o veneno, convenceu o namorado a ir em sua casa lanchar e colocou o veneno numa pizza.

“A investigada misturou veneno em uma pizza e ofereceu ao namorado. Como o efeito da substância demorou a se manifestar, ela recorreu à asfixia para matá-lo. Depois, enrolou o corpo com fita adesiva, um cobertor e uma lona, escondendo-o nos fundos de um barracão em construção no mesmo terreno da família dela”, detalha o delegado Rios.

No dia seguinte, Bianca seguiu sua sua rotina. Com o carro da vítima foi ao cinema com uma prima menor de idade. “Nessa ocasião, ela detalhou toda a ação criminosa à prima, conforme descobrimos posteriormente nas investigações”, diz o delegado.

Quando soube que os familiares do namorado a procuravam, ela abandonou o veículo em outro bairro e retornou para casa. Durante a madrugada, retirou o corpo do local onde o havia escondido e tentou fazer uma cova. Antes do amanhecer, ateou fogo no carro da vítima e voltou para casa.

Coração de mãe

Foi a mãe de Bianca quem descobriu a ação criminosa e chamou a polícia. Desde o dia anterior, a família da vítima questionava o desaparecimento de Junio, que tinha sido visto pela última vez em 26 de dezembro, quando disse que iria para a casa de Bianca.

Desconfiada, a mãe de Bianca conversou com a filha e a história que esta contou não a convenceu. Ela foi, então, até a casa da prima, com quem Bianca tinha ido ao shopping. A menina contou que Bianca havia lhe contado que tinha matado o namorado. A mãe foi até a casa da filha e esta confessou o crime. Mostrou onde estava o corpo.

“No final das contas foi a mãe dela quem lhe deu voz de prisão ao descobrir tudo. A investigada queria escapar e se esconder, mas foi impedida por ela até a chegada dos policiais”, destaca o delegado Rios.

Bianca foi indiciada por homicídio qualificado por motivo fútil e emprego de veneno, ocultação de cadáver, incêndio e fraude processual. Ela está presa à disposição da Justiça.

Estado de Minas

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