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Arquidiocese de SP investiga acusação de assédio sexual contra Padre Júlio Lancellotti
Arquidiocese de SP investiga acusação de assédio sexual contra Padre Júlio Lancellotti
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• Arquidiocese de SP investiga acusação de assédio sexual contra Padre Júlio Lancellotti

A Arquidiocese de São Paulo abriu uma nova investigação contra o Padre Júlio Lancellotti sobre uma acusação de assédio sexual, feita por um jornalista de 48 anos. Em comunicado nesta segunda-feira (5), o órgão afirmou que está ‘em busca da verdade’.

A Arquidiocese já investigava um outro caso polêmico relacionado ao Padre Júlio, sobre um suposto vídeo do pároco se masturbando para um menor de idade. O Ministério Público do Estado chegou a investigar a denúncia, no entanto, por ‘ausência de materialidade’, o inquérito foi arquivado. O órgão havia emitido uma nota de esclarecimento sobre a ação do MP.

A Cúria Metropolitana de São Paulo continua apurando o caso do vídeo e abriu uma nova investigação acerca da acusação de Cristiano Gomes, de 48 anos. À revista Oeste, ele relatou ter sofrido assédio sexual por parte do Padre em maio de 1987, quando era coroinha da Paróquia de São Miguel Arcanjo, na Mooca, zona Leste da capital paulista. No dia da missa de sétimo dia da avó, o Padre teria ido consolá-lo, mas pressionou o corpo contra o dele e ficou excitado com a ação.

Em nota, Pe. Júlio afirmou que recebeu a nota sobre a investigação ‘com serenidade e paz de espírito’ e que as acusações são ‘completamente falsas’ e ‘inverídicas’. ‘As acusações estão imbricadas em uma rede de desinformação, que mascara eventuais interesses de setores do poder político e econômico em ceifar aquilo que é o sentido do meu sacerdócio: a luta pelos desamparados e pelo povo de rua’, alegou, em nota.

Veja o comunicado da Arquidiocese de São Paulo na íntegra:

Diante das interpretações equivocadas e amplamente divulgadas na opinião pública sobre a Nota de Esclarecimento da Arquidiocese de São Paulo, publicada no dia 23 de janeiro de 2024, a respeito da denúncia contra o Padre Júlio Renato Lancellotti, recebida da presidência da Câmara Municipal de São Paulo no dia 22 do mesmo mês, esclarecemos o seguinte:

1. Não houve e não há arquivamento dessa atual denúncia e a Arquidiocese segue atenta aos ulteriores elementos sobre os fatos denunciados e a toda investigação séria, fazendo o que lhe compete conforme a norma da Igreja e investigando o caso na área de sua competência, distante de interesses ideológicos e políticos, com serenidade e objetividade.

2. O arquivamento mencionado naquela nota referia-se ao procedimento investigativo realizado pela Cúria Metropolitana em 2020. É o que já se dizia na mesma nota de 23 de janeiro.

3. A recente divulgação de laudos com resultados contraditórios e a notícia de um suposto novo fato de abuso sexual envolvendo o referido sacerdote requerem uma nova investigação da parte da Arquidiocese para a busca da verdade.

São Paulo, 5 de fevereiro de 2024.

Padre Michelino Roberto

Vigário Episcopal para a Pastoral da Comunicação da Arquidiocese de São Paulo.

Veja a nota divulgada pelo Pe. Júlio na íntegra:

Recebo, com serenidade e paz de espírito, a nota da Arquidiocese de São Paulo, publicada na presente data, informando que apura as acusações lançadas nos últimos dias. Esclareço que as imputações surgidas recentemente – assim como aquelas que sobrevieram no passado – são completamente falsas, inverídicas e tenho plena fé que as apurações conduzidas pela Arquidiocese esclarecerão a verdade dos fatos.

As acusações estão imbricadas em uma rede de desinformação, que mascara eventuais interesses de setores do poder político e econômico em ceifar aquilo que é o sentido do meu sacerdócio: a luta pelos desamparados e pelo povo de rua.

Sigo, de maneira inabalada, a esperança de um futuro que extirpe o ódio aos pobres das nossas ruas e dos nossos corações.

São Paulo, 05 de fevereiro de 2024.

Pe. Julio Lancelotti

Itatiaia

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