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• Bebê que nasceu com 867 gramas em BH tem primeiro Dia das Mães em casa

bebê que nasceu com 867 gramas na maternidade do Hospital Júlia Kubitschek, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, vai passar o primeiro Dia das Mães em casa depois de ficar 4 meses no hospital. Felipe, filho da auxiliar administrativa Queila Cristiane Sena, de 36 anos, nasceu com apenas 28 semanas, 867 gramas e 34 centímetros e foi considerado prematuro extremo.

Em um parto cesariana, ele nasceu no dia 16 de dezembro de 2024. Em razão do quadro de pré-eclâmpsia grave da Queila, que evoluiu para a síndrome de Hellp, uma condição que pode levar tanto à morte da gestante quanto à do bebê, Felipe permaneceu no respirador. Depois de passar 128 dias internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal do hospital, ele finalmente viu o mundo fora das paredes do hospital no dia 22 de abril.

Agora, Queila Cristiane Sena vai vivenciar o primeiro Dia das Mães junto com o seu segundo filho. Um marco emocionante para qualquer mãe, mas ainda mais especial depois de toda a trajetória de luta vivida entre mãe e filho nos últimos quatro meses. A auxiliar administrativa conta que, como Felipe saiu recentemente do hospital, a celebração deste ano será reduzida.

“Como ele ainda está tomando as vacinas, ainda não tomou todas, a gente não vai reunir com muita gente não. Vamos passar com a minha mãe, minha irmã, os familiares mesmo, e comemorar, porque é uma vitória passar o dia das mães com ele junto e a família reunida”, comenta Queila à Itatiaia.

A chegada de Felipe é motivo de comemoração para todos que viram de perto todo o processo enfrentado pela família. Segundo Queila, o filho mais velho, Arthur, de 9 anos, acompanhou com apreensão os dias de internação no hospital de Felipe. Arthur só conseguiu conhecer o irmão depois de 2 meses.

“O Arthur ficou muito feliz. – com a saída do Felipe do hospital – Ele falou comigo que: “eu achei que a senhora ia passar mal num dia e vir embora no outro”. Aí foi ficando um mês, dois meses, três meses e ele morrendo de saudade de nós, querendo ver o irmãozinho e não podia ir no CTI”, comentou a auxiliar administrativa.

Longa jornada

Queila Cristiane Silva conta que a primeira gravidez foi muito tranquila. Já a gravidez do segundo filho começou sem intercorrências, mas, ainda no terceiro mês, a diabetes gestacional foi descoberta. Foi quando a mãe do Arthur e do Felipe recebeu o encaminhamento para realizar o pré-natal no Hospital Júlia Kubitschek, que é referência em gestação de alto risco. A unidade realiza, em média, mais de 1.600 partos por ano.

“Eu tive que mudar a alimentação, fazer exercício, essas coisas para poder conseguir controlar e até então estava indo tudo certo”, relata Queila. Ainda segundo a auxiliar administrativa, no dia 3 de dezembro ela passou mal pela primeira vez, mas associou os sintomas a um mal-estar normal da gravidez.

Oito dias depois, no dia 11 de dezembro, a dor voltou mais forte. Na madrugada do dia seguinte, Queila deu entrada no hospital e só saiu no dia 22 de abril junto com o filho.

A auxiliar administrativa conta que, assim que ela deu entrada no hospital, tudo aconteceu muito rápido. “Quatro dias depois que cheguei no hospital, no dia 16 de dezembro, tiveram que tirar o Felipe. Aí começou a luta para poder salvar a vida dele. Se eu não estivesse no hospital, nem sei o que seria, porque foi muito corrido. Eu cheguei no dia 12, dia 16 já foi o parto”, lembra Queila.

Nesse período, Felipe desenvolveu infecção por quatro vezes. A situação é considerada comum em recém-nascidos que ficam internados por muito tempo. Ele também apresentou hemorragia cerebral e foi operado para corrigir uma hérnia inguinal, que é uma obstrução que se forma na passagem entre o abdômen e a pelve.

Felipe foi acompanhado de perto pela equipe do hospital até conseguir respirar por conta própria, quando finalmente teve alta. Depois de quatro meses no hospital, o filho de Queila passou a pesar 4,382 kg e acumula saúde.

Itatiaia

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