Deputados de oposição e ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devem apresentar nesta segunda-feira (09), no Senado, mais um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A nova tentativa de afastamento do ministro ocorre na esteira das denúncias de uso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a produção de provas em inquéritos presididos pelo ministro e das recentes decisões de Moraes contra o X (antigo Twitter) no Brasil.
Estão à frente dessa iniciativa os deputados Coronel Meira (PL-PE), Gustavo Gayer (PL-GO) e Bia Kicis (PL-DF), mas o pedido é assinado por cerca de 150 parlamentares. Segundo os deputados contrários à atuação de Moraes na Corte, a iniciativa é uma forma de impedir a prática de “abuso de poder e violação de direitos constitucionais” por parte do ministro.
Para que a discussão seja levada adiante, é preciso que o pedido seja aceito pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Mas a expectativa é que a mais nova tentativa bolsonarista de remover o ministro Moraes do STF não seja aceita, conforme já antecipado pelo senador no mês passado..
“Como presidente do Senado Federal depois de 3 anos e sete meses, vou ter muita prudência em relação a esse tipo de tema para não permitir que esse país vire uma esculhambação de quem quer acabar com ele. Tenho responsabilidade com meu cargo, tenho responsabilidade com a democracia, tenho responsabilidade com o estado democrático de direito, tenho responsabilidade com o equilíbrio do Brasil. E qualquer medida drástica de ruptura entre Poderes nesse momento afeta a economia do Brasil, afeta a inflação, afeta o dólar, afeta o desemprego, afeta o nosso desenvolvimento”, alegou o Pacheco durante agenda em Belo Horizonte no dia 23 de agosto.
O afastamento de Moraes do Supremo foi o principal tema do ato que ocorreu no último dia 7 na Avenida Paulista, no Centro de São Paulo. Na ocasião, o ex-presidente Bolsonaro fez críticas ao ministro, a quem acusou de agir de ‘forma parcial’.
O evento foi marcado também por muitas bandeiras de agradecimento ao empresário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter), rede social que foi banida por decisão de Moraes. A decisão foi confirmada pela Primeira Turma do STF.