A Polícia Civil resgatou, nesta sexta-feira (5), um macaco-prego em situação de maus-tratos, em Congonhas, na Região Central de Minas Gerais.
Os policiais receberam uma denúncia de que um homem, de 26 anos, estaria fornecendo bebida alcoólica e drogas ao animal e divulgando as cenas nas redes sociais.
Eles foram ao endereço do suspeito, no bairro Ideal, e encontraram o animal em péssimas condições, sofrendo maus-tratos e sendo submetido a um alto nível de estresse, sem água nem comida.
A Polícia Civil contou com o apoio do Corpo de Bombeiros e também da veterinária Carla Sassi, durante a ação. Segundo a profissional, o macaco-prego apresentava um comportamento típico de estresse, colocando a ponta da cauda na boca o tempo inteiro e comendo as próprias fezes para sobreviver.
A reportagem conversou com a bióloga da Uni-BH, Fernanda Raggi, que informou que se trata de um macaco da espécie Sapajus Nigritus, conhecido como macaco-prego preto. Segundo ela, caso não haja atenção, a espécie pode ser incluída em uma das categorias de ameaça.
Ainda de acordo com a bióloga, o macaco-prego não está entre as espécies permitidas para criação em cativeiro atualmente.
“Uma vez que as pessoas começam a criar esses animais de forma ilegal em cativeiro, elas acabam incentivando que outras pessoas façam isso ou lucrem com a venda desses animais. Isso acaba incentivando a redução das espécies. Além disso, o fato de a gente criar esses animais no nosso ambiente acaba tirando deles o instinto e reduzindo a expectativa de vida. Na natureza eles podem viver até 40 anos, em cativeiro regulamentado não passa de 20. E animais silvestres podem transmitir doenças para seres humanos”, explicou Fernanda Raggi.
O bicho foi resgatado e encaminhado aos cuidados necessários. O suspeito foi conduzido para a delegacia, em Congonhas. A reportagem questionou à polícia se ele foi preso e aguarda retorno.
G 1 MG