Tatiana Santos/radiopontal.com.br
O escotismo foi criado em 1907 pelo militar inglês Robert Baden Powell. De lá para cá, o movimento se espalhou mundo afora, e em Itabira, chegou em 1957 sugerido pelo Monsenhor José Lopes. Foi fundado o 16º Grupo Escoteiro Padre Olímpio (Gepo), que completa em agosto, a marca de 67 anos de atividades junto a crianças, adolescentes e adultos, sendo o terceiro mais antigo de Minas Gerais. As escoteiras Alice Leão, de 14 anos, Beatriz Azevedo, 12, e Érica Tulher Leão (mãe de Alice e uma das diretoras do grupo), participaram do programa Conexão Regional, na rádio Pontal e falaram sobre o movimento.
De acordo com Érica, o escotismo tem como função principal desenvolver o caráter do jovem, aprimorando valores, como amizade, trabalho em equipe e respeito ao próximo, à natureza, aos animais. Ela explicou que a idade mínima para participar é a partir de 6 anos e meio. Desta idade até os 11 anos, a criança se enquadra na categoria lobinho, e as atividades mudam de acordo com a faixa etária: “Então, [de 6,5 aos 11] vão ser atividades todas voltadas para a confiança, trabalhos em grupos. E de 11 aos 15, eles vão para os escoteiros”, detalhou.
Esta etapa serve para os adolescentes ganharem autonomia, absorvendo aprendizados e os colocando em prática. Dos 15 aos 18 anos, os escoteiros passam para a categoria Sênior, que é quando irão enfrentar os medos, encarando aventuras diferentes, já que conquistaram mais confiança, experiência no escotismo e passam a ser pioneiros. Érica comentou: “A gente vê os pioneiros lá monitorando os lobinhos, ajudando para tudo. E tudo jovens. Jovens ajudando as crianças e também os mais jovens que eles”.
Diversas atividades
Em Itabira, o grupo se reúne aos sábados na sede, onde são realizadas progressões, aprendizados, brincadeiras. Já quando acontecem os acampamentos, nas atividades competitivas ou não, são montados os campos por patrulha, há treinamentos da disciplina escoteira, habilidades etc. Os escoteiros alcançam distintivos, e nas camisas de Alice e Beatriz, há várias insígnias. Isso significa a história dele como escotista.
Há diversas atividades a se fazer, e quando concluem essas tarefas, conseguem conquistar o acessório. Quanto mais aprenderem, melhor para eles, e mais distintivo terão. É necessário todas as atividades completas para conseguirem passar de fase, por assim dizer. No caso dos lenços que os integrantes utilizam, sua função é identificar o escoteiro em eventos, o grupo do qual pertencem e em casos de primeiros socorros. O Gepo utiliza um lenço verde e branco.
Alice, que faz o 9º ano, integra o Gepo desde julho de 2022 junto do irmão. Antes disso, a mãe Érica buscava uma atividade para encaixar um sobrinho. Veio a pandemia e nem ela, nem o primo entraram no escotismo. Mas por indicação da avó de uma amiga, Alice conheceu o grupo, gostou e começou a participar. Segundo ela, a experiência de quase dois anos tem sido muito positiva: “É uma coisa que eu falo, que cansa o corpo mas atrai a mente. A gente faz bastante ciclos de amizade lá, aprende bastante coisa. Uma coisa bem divertida”, declarou.
O movimento realiza competições variadas, que apesar de ser uma disputa, cabe sempre o trabalho em equipe e a empatia, como disse Alice: “A gente tem bastante prêmios, e na última DEEP eu voltei rouca, sem voz, porque, por mais que eu não tinha ganhado, eu estava torcendo para minhas patrulhas amigas ganharem. E a gente torce muito pelo outro ali dentro do grupo escoteiro. É como se fosse uma grande família mesmo”.
Já Beatriz, que é natural do estado do Pará, iniciou no grupo em setembro do ano passado. Ela veio para Itabira com a família devido ao trabalho do pai. Ele, que já foi escoteiro quando criança, apresentou o movimento à filha, e apesar de falar de maneira bem positiva do escotismo, a filha só começou a se aprofundar quando começou no movimento. “Eu fui aprendendo, porque ele falava um pouco sobre o que acontecia, as histórias, mas não exatamente o que era. Então foi mais uma vivência mesmo”, esclareceu a garota que faz o 7º ano e mora em Itabira há quase três anos.
Beatriz destacou que pretende prosseguir com os aprendizados no grupo: “Quero estar sempre desenvolvendo o máximo possível nos estudos e também aprendendo muito sobre a questão da convivência em grupo, na sua patrulha e também com pessoas fora da sua patrulha. E a questão também de estar aprendendo para melhorar na vida pessoal e na vida no escotismo”, afirmou.
No caso de Érica, ter colocado os filhos no escotismo ampliou sua visão a respeito do que é ser escoteiro, além de ter ensinado lições importantes aos filhos. Ela contou que achava interessante as postagens do chefe na categoria Sênior, Anderson Anselmo, e ficava curiosa, pois queria ser escoteira quando criança, mas a mãe não deixou. Ao levar os filhos para conhecer o projeto, ela e o marido acabaram entrando junto, ajudando na diretoria.
E os frutos já são colhidos pela família, já que Érica garantiu que após o escotismo os filhos são ainda mais carinhos e mais atentos no cuidado com o próximo. “Os escoteiros ensinam princípios. E para minha família faz muita diferença, para minha família é muito bom. Eu vejo o crescimento pessoal deles de uma forma muito grande”.