A decisão do governo Lula de aumentar de 27% para 30% o percentual do etanol na composição da gasolina vai resultar mais defeitos em alguns carros, especialmente em veículos importados. O alerta é do mecânico Marlon Alvarega, proprietário da Mantech Auto Garage, no bairro Inconfidentes, em Contagem, na Grande BH.
O ministro Alexandre Silveira (PSD), de Minas e Energia, afirmou, nessa quinta-feira (13), que o aumento da mistura deve baratear a gasolina vendida aos consumidores. No entanto, quem é contra, diz que o gasto com manutenção depois pode não compensar.
Alheio à questão política, Marlon não tem dúvida sobre o que vai ocorrer. “Com certeza, vai aumentar a quantidade de manutenção, principalmente nos carros que têm mais de 20 anos de uso, que ainda não são flex, porque a qualidade da gasolina fica cada vez pior. Para estes carros e importados, de injeção direta, TSI, turbo, Volkswagen, os motores turbo da GM. Motores turbo de injeção direta sofrem muito com o etanol. Então, com esse aumento do etanol na gasolina, a tendência é que problemas corriqueiros nesses motores aumentem”, disse.
A lei do combustível do futuro, sancionada em 2024, permite a adição de até 35%, patamar nunca praticado no Brasil. Marlon ressalta que os veículos importados serão os mais afetados com a mudança.
“Nos importados vai aumentar o índice de manutenção de bomba de combustível, bico injetor e sistema de alimentação de combustível. Isso porque não foram desenvolvidos para isso. Por mais que sejam veículos adaptados ao flex no Brasil, não são desenvolvidos para isso. Com esse aumento do de etanol na gasolina, a tendência é que piore muito a incidência de manutenção coletiva”, disse.
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