A Polícia Militar foi acionada na manhã desta segunda-feira (17 de março) após cerca de 30 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocuparem as obras da linha 2 do metrô de Belo Horizonte. O grupo estendeu faixas e montou barracas nas instalações da futura estação Amazonas.
A manifestação conta com moradores dos bairros Vista Alegre, Nova Gameleira e Betânia, segundo o MTST. Eles exigem reassentamento digno e justo para as famílias na linha de remoção. “Há mais de 2 anos, mais de 500 famílias convivem com o descaso e a desinformação do governo do Estado e da MetrôBH, concessionária do metrô. Desinformação, indenizações irrisórias e intimidação têm feito parte da rotina da empresa”, afirmou o movimento.
Na manifestação desta segunda-feira, os moradores exigem mesa de negociação coletiva com a participação das três esferas de governo (municipal, estadual e federal), fim das negociações individuais, reassentamento digno e justo com base no critério “chave por chave”, transparência no cronograma de obras e nas informações prestadas.
Segundo o grupo, o “metrô é uma obra urgente e necessária” e por essa mesma razão suas “remoções devem ser feitas de modo transparente, garantindo reassentamento justo e digno para as mais de 400 famílias atingidas”.
Procurado, o governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), disse que acompanha junto à concessionária Metrô BH a situação envolvendo a ocupação de áreas destinadas às obras da Linha 2 do metrô de Belo Horizonte.
“É importante esclarecer que as desapropriações necessárias para a execução do projeto são uma obrigação contratual da concessionária responsável. No entanto, em seu papel de gestora do contrato de concessão, a Seinfra acompanha o processo para garantir que ele ocorra de forma transparente e que as indenizações oferecidas sejam justas e adequadas. Já foram realizados pela concessionária o mapeamento da área, a selagem das benfeitorias e o levantamento do perfil socioeconômico das famílias, com base em entrevistas com os moradores. Além disso, as negociações com os titulares das benfeitorias já foram iniciadas. O governo de Minas reafirma seu compromisso em acompanhar o andamento do processo para que ele seja conduzido com responsabilidade social e dentro dos princípios legais estabelecidos”, afirmou a administração estadual.
Já a concessionária informou que acionou a Polícia Militar e aguardava a ação policial contra o que chamou de invasão. “O Metrô BH manifesta sua preocupação com a segurança das pessoas no local, já que é um canteiro de obras. A concessionária informa que, para o processo de desocupação das casas construídas irregularmente na faixa de domínio, já foi realizado o mapeamento da área e das benfeitorias, após entrevistas com os moradores. Também iniciou-se as negociações com os titulares de benfeitorias. O Metrô BH reforça que qualquer contato pode ser feito de forma individualizada, por meio dos canais de comunicação já estabelecidos”, disse.
O Tempo