Tatiana Santos/radiopontal.com.br
“Se alguém sentir vontade de conversar, não tiver com quem desabafar, ou tiver, mas quiser conversar no anonimato, sem ser ouvido com preconceitos, sem ter julgamentos e também sem ouvir conselhos, essa pessoa pode ligar para o CVV, que será bem acolhida”. Essa é a sugestão da voluntária do posto em Itabira do Centro de Valorização da Vida (CVV), Rafaela Maia.
O mês de setembro tem bastante representatividade quando se trata de saúde mental, pois neste período acontece a campanha Setembro Amarelo, que foi criada em 2015, com foco na prevenção ao suicídio. É um momento em que diversas empresas, órgãos de saúde e entidades como o CVV voltam suas atenções ao tema. A voluntária Rafaela explica sobre a atuação da instituição, que oferece o serviço totalmente gratuito de apoio emocional com escuta ativa na prevenção do suicídio. O CVV foi fundado em 1962, em São Paulo, e há mais de 60 anos vem atendendo, acolhendo e apoiando emocionalmente a todas as pessoas que precisam conversar e serem ouvidas.
Atendimentos aumentam em setembro
Conforme a voluntária, no mês de setembro há maior procura por atendimento pela entidade, pois as campanhas acabam informando a população da existência desse serviço. “E toda a população, todos nós, seres humanos, temos a necessidade de sermos ouvidos e compreendidos. Considerando essa necessidade básica de ser humano, à medida que cresce a divulgação do serviço, naturalmente há uma demanda maior no CVV”, descreve.
Um ponto importante sobre os atendimentos na entidade, segundo Rafaela, diz respeito à confidencialidade, ou seja, as pessoas ligam para o CVV para desabafar e é garantida a preservação total da identidade. Além disso, a entidade não faz registros/gravações das ligações. “É muito importante o sigilo, o anonimato nos nossos atendimentos. Quando a pessoa liga, não dá para saber o número de telefone, nem mesmo a localidade de onde ela está falando. Tudo que é dito para o voluntário permanece em sigilo. Não há gravação, não há sequer anotações”, garante Rafaela.
Números
Atualmente, o posto em Itabira possui aproximadamente 16 voluntários, já a nível nacional o número se aproxima de 3,5 mil voluntários. Vale destacar, que somente em 2021 no posto de Itabira, foram realizados 15.389 atendimentos, e no ano seguinte, em 2022, o número foi de 13.399 ligações. Em 2023, até o mês de julho, 6.141 pessoas que ligaram para o CVV e receberam atendimento. Em todo o Brasil, o total foi de 3 milhões de atendimentos.
Mas, para atender a tanta demanda, é importante que pessoas se coloquem como voluntários para apoiar aqueles que precisam. Dentre os critérios para se voluntariar, é necessário ter 18 anos ou mais, fazer a inscrição através do site do CVV (cvv.org.br), na aba Seja Voluntário. Realizada a inscrição, a pessoa insere o posto que deseja estar vinculada. Devidamente inscrito, o candidato a voluntário será contatado pelo posto que se vinculou, sendo informado sobre a data de início do próximo curso. A capacitação tem aproximadamente três meses, com uma média de uma vez por semana, normalmente de maneira virtual. “É possível ter o atendimento remoto e também o curso que é oferecido para esse candidato a voluntariado. Ele é virtual. Então, nós temos pessoas vinculadas ao posto de Itabira que não necessariamente residem aqui”.
Como procurar ajuda do CVV
Os atendimentos no posto de Itabira são realizados apenas via telefone, gratuitamente, 24 horas por dia, todos os dias do ano, pelo telefone: 188. Mas, o serviço não é apenas presencial, como esclarece Rafaela. A nível nacional, o CVV também realiza atendimento por chat, que está disponível no próprio site (cvv.org.br) da entidade. A voluntária ressalta, porém, que o chat não está disponível 24 horas. No site são especificados os dias e horários que esse serviço está disponível. Além disso, também há atendimento por e-mail no site da entidade. Alguns postos recebem cartas. Rafaela finaliza, comentando sobre o propósito da instituição: “O CVV tem como missão a valorização da vida, através de uma escuta, uma conversa sem preconceitos, sem julgamentos. O CVV também atua dessa forma na prevenção do suicídio”.