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Tio Paulo: Mulher que levou idoso morto a banco deverá ser solta, determina Justiça
Tio Paulo: Mulher que levou idoso morto a banco deverá ser solta, determina Justiça
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• Tio Paulo: Mulher que levou idoso morto a banco deverá ser solta, determina Justiça

A Justiça do Rio determinou que seja libertada a dona de casa Érika Souza Vieira Nunes, de 42 anos, que levou o tio já morto a uma agência bancária para tentar obter um empréstimo. Ela foi presa em flagrante no dia 16 do mês passado após levar o idoso Paulo Roberto Braga ao banco em Bangu, na Zona Oeste. Na última quarta-feira, ela foi denunciada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ) pelos crimes de tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver. Érika está detida no presídio Djanira Dolores, também em Bangu.

Na decisão, a juíza Luciana Mocco, titular da 2ª Vara Criminal de Bangu, atendeu a um pedido da defesa de Érika e revogou a prisão preventiva. Os advogados dela alegaram que Érika é ré primária, tem endereço fixo, além de ter a saúde mental debilitada. Disse também que Érika tem uma filha menor de idade com deficiência que requer seus cuidados em casa.

A magistrada determinou, porém, que Érika cumpra medidas cautelares, tais quais: comparecer mensalmente ao cartório do juízo para informar suas atividades ou eventual alteração de endereço; em caso de internação devido a um tratamento para saúde mental, a Justiça também deverá ser comunicada; e está proibida de se ausentar da comarca por prazo superior a sete dias.

Relembre

Na última terça-feira, a Polícia Civil do Rio finalizou a primeira etapa da investigação do caso, que apurava a prisão em flagrante. Érika passou também a ser investigada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Um despacho feito pelo delegado Fabio Luiz Souza, titular da 34ª DP (Bangu), responsável pelas investigações, e divulgado pela TV Globo, aponta uma “gritante omissão de socorro” por parte de Érika. Segundo o delegado, Paulo estava em “situação gritante de perigo de vida”:

“Considerando que no dia 16/4/2024, certamente percebendo que Paulo estava em situação gritante de perigo de vida, o que pode ser vislumbrado pelas declarações de todas as testemunhas que tiveram contato com a vítima, ao invés de ir novamente ao hospital ela se dirigiu ao shopping, configurando uma gritante omissão de socorro, determino; proceda-se a novo registro de ocorrência para apurar o delito de homicídio culposo”, escreveu.

A 34ª DP desmembrou a investigação do caso. A primeira fase do inquérito, que se refere à prisão em flagrante de Érika, foi concluída na terça-feira. Após a segunda fase, que investigará o homicídio culposo, a polícia definirá se a sobrinha do idoso será indiciada. Segundo a Polícia Civil, como cuidadora do idoso, “a sobrinha, ao ver que ele não estava bem, deveria ter levado o tio ao hospital, e não a uma agência bancária”.

Relembre o caso da mulher que levou idoso morto a banco

O crime ocorreu no dia 16 de abril deste ano, em Bangu, na Zona Oeste. Érika foi presa em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia. Na ação penal, o MP foi contra o pedido da defesa de liberdade provisória. A denúncia destaca que, embora o empréstimo tenha sido contratado pelo idoso Paulo Roberto Braga, quando ele estava vivo, o saque de R$ 17.975,38 não poderia mais ser realizado porque no momento da prisão a vítima já tinha falecido.

A ação penal afirma ainda que Érika, mediante a fraude, tentou se apropriar de valores que não seriam mais utilizados em favor de seu tio, o que ocasionaria, por fim, prejuízo à instituição financeira que concedeu o empréstimo, uma vez que não seria mais quitado pelo devedor, já falecido.

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