O aumento significativo de casos de dengue em Goiás nas primeiras semanas de 2024, acende um alerta também para cães e gatos. Afinal, doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, Zika vírus e a Chikungunya, podem pegar nos pets?
A nossa reportagem conversou com uma médica veterinária para sanar essa dúvida. Paloma Caleiro explica que estas doenças não afetam cães e gatos, mas, o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, pode transmitir dirofilariose, doença igualmente grave, para os pets.
De acordo com a médica, a dirofilariose também é considerada uma zoonose, tem alta incidência em regiões litorâneas, mas também pode ocorrer em regiões interioranas, e é conhecida como doença do verme do coração.
A veterinária explica ainda que a doença nos animais, tem muito em comum com a dengue. Ela provoca alterações cardiopulmonares, podendo levar a sinais clínicos como tosse, cansaço fácil ao exercício, apatia, mucosas arroxeadas devida alteração cardíaca, porque o verme adulto se aloca no coração do animal.
Transmissão
As principais doenças transmitidas por mosquitos em cães e gatos são a dirofilariose e a leishmanionse. A veterinária explica que ambas são doenças graves que podem levar os animais a óbito.
Além disso, a Leishmaniose é considerada uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida para o ser humano de forma acidental, mas a médica podenra que não através do cachorro, mas sim de um vetor comum, nesse caso o mosquito-palha.
Proteção
Paloma explica que além das picadas dos mosquitos transmitirem essas doenças, elas podem causar irritação, dor local, coceira e vermelhidão na pele dos animais. Em animais mais sensíveis pode desencadear crise alérgica levando a inchaço local.
De acordo com a veterinária, em caso de irritações leves, pode ser realizado banhos ou compressas frias com chá de camomila para ajudar na irritação local, e em casos mais graves de coceira exacerbada, vermelhidão intensa e irritação, é sempre importante buscar atendimento veterinário.
Dengue em Goiás
Goiás vive o pior cenário da dengue desde a década 1990 em relação ao aumento de casos e mortes. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), o Estado registrou 21.513 casos da doença só nas primeiras semanas deste ano. O número representa 31% de casos registrados em todo o ano de 2023.
Até o momento houve seis mortes em quatro municípios goianos. De acordo com a SES-GO, três óbitos foram registrados em Uruaçu e as outras três em Águas Lindas de Goiás, Iporá e Cristalina. As vítimas são três homens de 31, 33 e 71 anos, uma idosa de 78 anos e dois adolescentes de 16 anos. M ais Goiás.